Desde os primeiros séculos cristãos,
a Igreja celebra o mistério da salvação, nas suas três fases (Paixão, Morte e
Ressurreição), no decorrer de três dias, que constituem o ponto culminante do
ano litúrgico.
Este Tríduo Pascal começa com a Missa Vespertina de Quinta-Feira Santa, tem o seu momento mais alto na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
Deste modo, não podemos identificar a Páscoa apenas com o Domingo da Ressurreição. Isso seria mutilar uma realidade extremamente rica e reduzir-lhe as dimensões. «O plano divino da Salvação em Cristo não pode fragmentar-se, mas deve ser considerado como um todo único».
Compreende-se, portanto, a importância deste Tríduo Pascal, quer na Liturgia, quer na vida da Igreja. Dele derivam todas as outras solenidades, que não são senão reflexos, ecos deste Acontecimento salvífico, de modo que o culto cristão é um pascal. Nele tem o seu centro de convergência e de irradiação a vida da Igreja, pois «ao Mistério cristão culmina e compendia-se no Mistério Pascal, que dá cumprimento à História da Salvação e à missão de Israel, enquanto inaugura, com os tempos messiânicos, a existência histórica da Igreja» (Dalmais).
O Tríduo Pascal, pelo qual se aplica aos homens a perene eficácia do Mistério da Redenção, deve ser vivido plenamente. Nestes três dias, unidos ao Salvador, percorramos o seu itinerário tornando-nos solidários com Ele na Paixão e na Morte, para o sermos na Ressurreição.